quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Lisboa - Um pedaço do Brasil na Europa..


No último dia 21/10, peguei meu primeiro voo para fora da Espanha de cia low cost claro - cias aéreas que promovem voos a preços mais acessíveis . Fui com Fernanda e Cezar para Lisboa, pela Easyjet.  Por estar acostumada a ir só de busão e talvez por termos a sensação de que a Europa é só um país grande como o Brasil com seus estados, não nos preparamos muito para um voo internacional. Fernanda perdeu no raio-x da ida 1 shampoo e 1 condicionador que havia trazido do Brasil, e um desodorante.

Pra quem ainda não realizou voos assim, o permitido é só levar na bagagem de mão líquidos que estejam em embalagens de até 100ml, e de preferência, em um saquinho ZipLoc (aqueles de congelar comida). E não adianta falar que seu creme é importado e não tem nem 100 ml mais dele na embalagem. O que importa é a quantidade que a embalagem indica que cabe ali. Recomendo comprar potinhos pequenos de até 100 ml para isso. 


Praça do Comércio

Na volta pra Madrid, eu tentei contar com a minha sorte da ida e eles pegaram um shampoo caro que eu tenho. Fui tentar despachar a mala com o shampoo, mas isso me custaria 22 euros...aí eu fui no w.c. e distribuí ele em um potinho de álcool 70% de 50 ml que eu tinha, numa caixa de lente de contato e no potinho de fio dental, e joguei fora o resto sem olhar pra trás.

Mas voltando a Lisboa...

Ouvi muita gente falando que Lisboa era maravilhoso. E realmente saí de lá achando isso, mas confesso que no começo fiquei um pouco decepcionada. Eu não conseguia identificar algo que fosse somente de Lisboa..e mais parecia uma cidade grande com algumas poucas coisas históricas.

Mais tarde eu descobri que a cidade é assim devido a um terremoto ocorrido no ano de 1755, que destruiu praticamente toda a cidade, e então ela foi reconstruída pelo Marquês de Pombal – com a ajuda do $ do ouro vindo do Brasil, tá. E segundo moradores, por causa desse terremoto que até hoje é comentado em Lisboa, a cidade possui essa mistura de estilos. Do velho, com o novo..de interior com a metrópole..

E, um dos pontos negativos e positivos da terra portuguesa é que eu quase podia me sentir no Brasil, tanto pelas comidas como pela língua portuguesa. Pra mim, foi bom achar coxinha de frango, kibe, picanha, feijão e guaraná antártica. Mas como eu já havia me acostumado a falar em português e as pessoas em volta não entender nada, tinha que me policiar toda hora pra não falar besteira.

Devo lembrar que o português de Portugal, não é como o dos brasileiros. Descrevo-os como um estrangeiro que fez curso de português e está tentando falar com um brasileiro. Algo como um português misturado com francês e espanhol. Mas na verdade, fomos nós brasileiros que fizemos todos esses sotaques diferentes que existem hoje no Brasil, e posso afirmar que o que falamos é um "portugues brasileiro".


Saída Estação de Metro Oriente
 Fui recepcionada por outros estudantes ErasmusMundus Brasil da UFMS, Jamil, Rafael, e Juliana. Ficamos na casa deles por 3 noites, e eles foram muito acolhedores. Logo no 1o dia, conheci uma obra de Santiago Calatrava próximo ao Pavilhão da Expo'98. Ela está na saída de um shopping e de uma estação de metrô, e chama a atenção de qualquer cidadão que passe por ali. O Pavilhão já me chamou a atenção pela noite, mas Jamil me afirmava que eu precisava vê-lo de dia..e eu achava que não mudaria muito..Mas pude ver a diferença simplesmente por conseguir “ver” o que mais existia ali;

São grandes pavilhões, edifícios próximos ao rio que compõem uma paisagem muito interessante. Jamil me explicou que os dois edifícios que aparecem sobre a obra de Calatrava foram feitos para representar 2 caravelas chegando em terra. No mesmo local, ainda encontrei uma obra de Álvaro Siza, onde ele trabalha divinamente o balanço de seu pavilhão..(Mais uma que eu só via por livros e internet..)


Pavilhão de exposiçoes

Pavilhão de exposições - Arq. Álavaro Siza




 


No 2º dia, tive que voltar ao aeroporto pois eu havia deixado meu casaco master-mega-power-plus em algum lugar de lá...e pelo jeito..alguém o achou antes de mim e resolveu se esquentar com ele..Para completar meu dia, fiquei com uma amigdalite..e com isso, fiquei também um pouco triste. Mas, logo depois me animei ao encontrar vários restaurantes com feijão, picanha e farofa! Claro que eu não ia deixar de provar o famoso bacalhau de Portugal...então pagamos um pouco mais caro(6,4E) e fomos em um restaurante que tivesse o bacalhau...e a comida brasileira! O custo de vida em Portugal é menor do que em Madrid. Até a máquina de café da faculdade, que na minha custa .60 cents por copo, em Lisboa, saía a .35 cents.

Após o almoço reforçado, conhecemos todo o centro de Lisboa, andando pelo “carris”, esse bonde amarelo e velho..tao velhinho, que tinha hora que eu achava que ele ia abrir as paredes cada uma pra um lado e eu ia ficar lá dentro sentada no banco ao relento.

Lisboa possui um metrô com poucas linhas, e o bilhete sai a .85 cents, sendo que você pode comprar um bilhete que dura 24 hrs, a 3,75 (+,50 cents do preço do cartão), e pode andar em ônibus, metrô, carris e ascensor. Compensa muito, já que só o busão sai a 1,25eu (um absurdo!).  

Pastel de Belém
No dia seguinte, conhecemos Belém, a parte de Lisboa onde parece só ter turista. Provei o famoso e delicioso pastel de Belém. (Dá vontade de voltar só por causa dele.)






Monastério dos Jeronimos


E nessa região estão algumas edificações antigas de Lisboa que sobreviveram ao terremoto, como o Monastério dos Jeronimos, - que guarda os túmulos de Vasco de Gama e de Camões - a Torre de Belém, e algumas novas edificações, como o Padrão dos Descobrimentos, um marco dedicado aos portugueses navegantes.Belém, com certeza foi a minha parte preferida...Ficar sentada em frente ao mar imaginando navegações foi delicioso, e um luxo pra nós que nunca temos tempo pra isso.
Túmulo Vasco da Gama

Padrão dos descobirmentos








Túmulo Camões










Torre de Belém



Bairro Alto

Para a noite, existe um local chamado Bairro Alto, com ladeiras onde os jovens ficam bebendo...Há muitos pubs pelas ladeiras, mas todo mundo fica só no meio da rua bebendo, e é praticamente impossível passar um carro ali. Há também umas 2 boates grandes, como a Lux, mas para sentir Lisboa, o bom mesmo é ir pro Bairro Alto.

Isso tudo foi a minha idéia de Lisboa, com os pontos que achei mais interessantes. Recomendo para nós, brasileiros, vermos um pouco mais de perto o que sempre ouvimos nas aulas de história. Se alguém quiser complementar, fique à vontade.



ps: Como é possível notar, não escrevi sobre as outras cidades andaluzes...Isso porque eu ainda não tenho as fotos de uma delas, e pra ficar viajando todo fds, só me matando durante a semana pra ir bem na faculdade, logo, sem tempo pra postagem.




Um comentário:

  1. Complementar???
    Não precisa, tá tudo aí! Você conseguiu descrever a mesma sensação que eu tive ao chegar em Lisboa!!!!!! Algo como estar no Brasil mesmo estando no exterior...
    O pq da Expo, Bairro Alto, bacalhau, pastéis de Belém....

    Muito bom o seu texto, me fez relembrar muitas coisas.
    Você chegou a visitar Sintra e Caiscais???
    bjos

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